Aprendizados sobre Gerenciamento de Crises: Insights da Superlive Solidária em prol do Rio Grande do Sul
- Priscila Z Vendramini Mezzena
- 6 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Na última sexta-feira, tive o privilégio de participar da Superlive Solidária, um evento excelente organizado pelo PMI Rio Grande do Sul, Brasil (https://pmirs.org.br/) e PMI Latam para apoiar a recuperação do Rio Grande do Sul. Este evento não só serviu a uma causa nobre, mas também uma constelação de experts em gerenciamento de projetos proporcionou insights inestimáveis sobre gerenciamento de crises, que são particularmente relevantes no contexto da atual situação na região sul do Brasil.
A escala e o impacto da atual crise no Estado do Rio Grande do Sul são sem precedentes e um exemplo dramático do que enfrentaremos com frequência e intensidade crescentes. Em 10 de fevereiro de 2020, em minha cidade natal, Botucatu, uma chuva torrencial causou danos massivos a pontes, estradas e edifícios e, infelizmente, quatro mortes. Recentemente, um incêndio de grandes proporções ocorreu em uma área de vegetação densa perto da minha residência, causando medo e apreensão significativos.
Reconhecendo a importância do tema e que todos estamos expostos à ocorrência de desastres, gostaria de compartilhar alguns insights práticos das apresentações que pude assistir. Esses insights não são apenas conhecimentos teóricos, mas podem ser aplicados em situações reais, tornando-os extremamente úteis para qualquer cidadão, em especial gerentes de projetos que são agentes fundamentais na execução de mudanças.
Ricardo Vargas compartilhou suas experiências com projetos de risco durante sua passagem pela ONU. Alguns pontos-chave:
Reconhecer a situação (“awareness”) como uma crise é crucial para avaliação rápida e tomada de decisão.
Ricardo explorou a importância da contenção da crise, como a restauração da ordem e dos serviços essenciais.
A recuperação deve se basear nos aprendizados, utilizando o conceito de Build Back Better, o que pode envolver decisões difíceis, como reconstruir em outro local.
Avaliar os aprendizados é fundamental para evitar novas crises.
Elementos críticos em uma crise: comunidade, liderança, empatia e flexibilidade.
Também mencionou o Sendai Framework for Disaster Risk Reduction (https://www.undrr.org/implementing-sendai-framework/what-sendai-framework).
Farhad Abdollahyan discutiu as melhores práticas para a reconstrução pós-desastre. Destaques incluem:
Desastres são consequência de decisões erradas ou falta de decisões.
O perigo (natural ou antrópico) pode variar de acordo com a resiliência geral para lidar com a situação.
Ações pré-desastre: prevenção e mitigação, fortalecimento de sistemas de prontidão, como alarmes.
Durante o desastre: alerta, evacuação, salvamento, ajuda humanitária, avaliação de danos, assistência social, restauração de infraestruturas e serviços (Build Back Better), reassentamento, reconstrução, recuperação e desenvolvimento.
Avaliação de riscos para prevenção de futuros eventos.
Importância de investimentos públicos e privados, fiscalização e conscientização dos cidadãos.
Farhad citou exemplos de locais onde planos de prevenção já foram desenvolvidos, como Chile e Japão, onde existem estruturas públicas para responder rapidamente a desastres.
A resposta ao desastre não precisa ser grandiosa; todos podem contribuir localmente.
Farhad é co-autor (assim como Finocchio) da “Cartilha pós-inundação”: https://www.crea-rs.org.br/site/documentos/Cartilha-de-Recuperacao-Pos-Inundacao-Estrategias-de-Estabilizacao-Rev02.pdf
José Finocchio Jr e Guilherme Lima fizeram uma apresentação prática sobre métodos inventivos para solução de problemas. Usando um estudo de caso de reconstrução de um imóvel inundado, eles exploraram colaborativamente o ChatGPT, Miro e PM Canvas e usaram o Flood Recovery Guide (https://floodmary.com/wp-content/uploads/2023/02/homeowners-guide-to-flood-recovery.pdf) como referência para dados no ChatGPT. Finalmente, houve uma explicação sobre a TRIZ, uma metodologia estruturada para inovação desenvolvida em 1946 por Genrich Altshuller. Eles ainda exploraram o uso do GPT Triz Master no ChatGPT.
Mario Trentim apresentou a organização Project Managers Without Borders (PMWB) https://pmwb.org/, recentemente incorporada ao Project Management Institute . Discutiu seu histórico, iniciativas e oportunidades de voluntariado, que estarão disponíveis na Volunteer Engagement Platform (VEP): https://www.pmi.org/leadership-central/volunteer-engagement-platform.
Gostaria de estender meus sinceros parabéns a todos os envolvidos na organização e realização desta Superlive. Também quero expressar minha profunda gratidão àqueles que estão contribuindo de várias maneiras para a recuperação do Rio Grande do Sul. Meus pensamentos e solidariedade estão com o povo gaúcho.
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