O famoso TED Talk de Sheryl Sandberg, "Why We Have Too Few Women Leaders", apresentado em 2010, continua profundamente relevante nos dias de hoje. Como Chief Operating Officer da Meta e fundadora da organização sem fins lucrativos LeanIn.Org, Sandberg compartilhou três ações transformadoras para mulheres que aspiram a cargos de liderança:
1. Sente-se à Mesa
Sandberg enfatiza a importância de as mulheres assumirem um papel ativo nas discussões e afirmarem sua presença nos ambientes profissionais. Ela destaca a tendência das mulheres de subestimarem suas habilidades, o que muitas vezes limita seu crescimento na carreira.
2. Faça do seu Parceiro um Verdadeiro Parceiro
Sandberg aborda a distribuição desigual de responsabilidades domésticas e defende a divisão justa das tarefas de casa e dos cuidados com os filhos. Ela ressalta como esse desequilíbrio frequentemente prejudica o progresso profissional das mulheres.
3. Não Saia Antes de Sair
Sandberg alerta contra o afastamento prematuro das mulheres de oportunidades de carreira por conta de obrigações familiares futuras. Ela incentiva as mulheres a se manterem plenamente engajadas em suas carreiras até que tomem uma decisão definitiva, garantindo que não percam oportunidades de crescimento e continuem avançando profissionalmente.
Posteriormente, em 2013, Sandberg expandiu essas ideias em seu livro Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar que estou lendo e do qual espero compartilhar alguns insights em breve.
Avançando para 2024: Relatório Women in the Workplace
A LeanIn.Org, em colaboração com a McKinsey & Company, publicou a última edição do relatório Women in the Workplace—o estudo mais abrangente sobre a situação das mulheres no mercado corporativo dos EUA. Esta edição está repleta de dados que destacam tanto os progressos alcançados quanto os desafios persistentes.
Principais Descobertas do Relatório 2024:
Progresso na Liderança: As mulheres agora ocupam 29% dos cargos no C-suite, em comparação com 17% em 2015. No entanto, a paridade com os homens ainda é um objetivo distante, com disparidades significativas entre mulheres brancas e mulheres negras.
Tempo para Paridade: No ritmo atual, levará 22 anos para as mulheres brancas e 48 anos para todas as mulheres alcançarem a paridade de gênero em cargos de liderança nas empresas americanas.
O "Degrau Quebrado": A representação das mulheres em cargos iniciais continua baixa, criando um gargalo que enfraquece a trajetória para futuras líderes femininas.
Desafios Enfrentados pelas Mulheres:
Viés e Barreiras: Mulheres asiáticas, negras, latinas, LGBTQ+ e com deficiência enfrentam desafios agravados, como microagressões, preconceitos relacionados à etnia e etarismo. Surpreendentemente, o etarismo afeta mais as mulheres jovens do que as mais velhas.
O Peso de "Ser a Única": Muitas mulheres continuam a ser as únicas representantes de seu gênero ou raça em ambientes profissionais, enfrentando maior escrutínio e isolamento. Eu mesma vivi essa realidade em áreas dominadas por homens, como construção civil e TI.
Trabalho Doméstico Desproporcional: Apesar dos avanços profissionais, as mulheres ainda assumem a maior parte das responsabilidades domésticas, um obstáculo persistente para o progresso na carreira.
Um Chamado à Ação para as Organizações
O relatório é um claro chamado para que as empresas redobrem seu compromisso com a diversidade e inclusão. Ele apresenta uma lista de melhores práticas, incluindo:
Processos equitativos de contratação e promoção.
Programas de patrocínio e mentoria.
Recursos para enfrentar e combater preconceitos no local de trabalho.
No entanto, os dados revelam uma redução preocupante nos investimentos direcionados às mulheres, como estágios, programas de desenvolvimento de carreira e recrutamento.
Um Lembrete Importante
O relatório destaca uma realidade crítica: "Enquanto promovemos homens com base em seu potencial percebido, promovemos mulheres com base no que elas já realizaram."
Adicionando a isso, um famoso relatório interno da Hewlett-Packard (HP), citado por Sandberg em Lean In, revelou que "Os homens se candidatam a uma vaga quando atendem a 60% dos requisitos, enquanto as mulheres só se candidatam quando atendem a 100%." Isso evidencia as barreiras multifacetadas que as mulheres enfrentam em suas trajetórias profissionais, prejudicando sua confiança e progresso.
O Caminho a Seguir
Em resumo, o relatório enfatiza a urgência de as organizações adotarem mudanças sistêmicas—não apenas para alcançar a paridade de gênero, mas para promover uma cultura de trabalho mais inclusiva e equitativa para todos. Esse compromisso leva a ambientes de trabalho mais inovadores, produtivos e saudáveis.
Uma conversa abrangente sobre inclusão—incluindo gênero, idade e etnia—deve continuar. Vozes como a de Sheryl Sandberg são fundamentais para aumentar a conscientização e inspirar ações significativas neste espaço.
Os insights desta pesquisa refletem a realidade da sua empresa? Considerando a sua cultura organizacional, quais diferenças se destacam? Na sua opinião, quais ações urgentes as empresas devem priorizar para acelerar a criação de ambientes corporativos mais equitativos?
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