Ao completar o primeiro módulo do "Digital4Sustainability Learning Path" da United Nations System Staff College (https://tinyurl.com/25jyd67s), um capítulo que particularmente capturou minha atenção foi "Mitigando Impactos Negativos". Este capítulo explora o lado sombrio da transformação digital, abordando questões como assédio online, acesso desigual à tecnologia, o impacto ambiental dos dispositivos digitais e o consumo de energia. Entre essas preocupações, uma das mais urgentes é a proliferação da desinformação.
No mundo de hoje, onde as ferramentas digitais para criação de conteúdo, imagens, áudio e vídeo são facilmente acessíveis e cada vez mais poderosas, distinguir entre verdade e ilusão está se tornando cada vez mais complexo—e isso pode ser extremamente perigoso. Recentemente, me deparei com um vídeo demonstrando um aplicativo chamado Deep Live Cam. Esse aplicativo altera o rosto de uma pessoa em um vídeo e funciona em transmissões ao vivo. É gratuito para download e requer apenas uma foto para uma transformação convincente. (Aqui está o link para o vídeo). O que é ainda mais preocupante é a rápida melhoria na qualidade dessas ferramentas. As fronteiras entre realidade e fantasia estão se tornando cada vez mais difusas.
Mesmo antes de tais tecnologias estarem amplamente disponíveis, impulsionando o surgimento dos deepfakes, já estávamos testemunhando os efeitos prejudiciais das fake news na comunicação. Por exemplo, a desinformação sobre tratamentos de saúde e declarações falsamente atribuídas têm circulado amplamente. Ontem mesmo, recebi um antigo texto com conselhos falsos sobre o tratamento de uma doença. Quando questionei a pessoa que compartilhou a informação sobre a confiabilidade e a fonte, ela justificou casualmente em um tom ingênuo: "É um tratamento totalmente natural, então não fará mal". No entanto, fará—pois o texto afirma falsamente que um ingrediente natural é tão eficaz quanto um remédio comprovado, independentemente de qualquer evidência científica. Em resumo, a maioria das pessoas não se dá ao trabalho de verificar a veracidade da informação em fontes confiáveis e não considera o impacto de compartilhar informações não verificadas como algo prejudicial. Infelizmente, quando a desinformação é desmascarada, seu impacto negativo já é quase irreversível.
Então, como podemos combater o uso prejudicial das tecnologias emergentes? Regulações, recursos de checagem de fatos e educação são componentes críticos da solução, mas mais estratégias para combater a desinformação são necessárias. Durante o curso da ONU, uma ferramenta chamada Bad News (https://tinyurl.com/3bbapuft) foi apresentada, juntamente com um artigo (https://tinyurl.com/bddp939c) que explora uma maneira de combater a desinformação: expondo as pessoas a "doses enfraquecidas" dela, criando assim uma espécie de "imunidade" psicológica que as encoraja a se tornarem mais críticas em relação às fake news. Este conceito é baseado na teoria da inoculação.
No Bad News, um jogo online, você assume o papel de um magnata da desinformação, usando um painel que rastreia seus seguidores e sua credibilidade como fonte de informação. O ponto de partida é aumentar sua credibilidade, imitando uma fonte confiável. O jogo então introduz técnicas como manipulação emocional (por exemplo, medo e raiva), polarização e teorias da conspiração.
A ideia por trás dessa abordagem é que, ao simular a experiência de espalhar fake news, ferramentas como Bad News podem fazer parte de "programas de vacinação" educacionais que aumentam a conscientização sobre a desinformação e aprimoram a capacidade das pessoas de avaliar criticamente as informações que encontram.
Conclusão:
A transformação digital traz imensos benefícios, mas à medida que acelera, também traz outros riscos, como a desinformação e a manipulação. Estratégias como a inoculação psicológica e o aprendizado gamificado poderiam ser essenciais para capacitar os indivíduos a avaliar criticamente as informações que encontram? Ou precisamos explorar soluções ainda mais inovadoras para combater os efeitos adversos da desinformação em nossas vidas digitais em constante evolução? As respostas podem estar em adaptar e evoluir nossas estratégias para combater a desinformação e enfrentar os novos desafios.
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